Texto: Gilson Alves Macedo
Necessidade
de uma religião!
Em
algumas ocasiões já fui questionado sobre ser necessário ou não seguir uma
religião, e também já questionei algumas pessoas pelo fato delas não estarem
seguindo uma. Claro que o meu questionamento tinha como base o desequilíbrio
espiritual que ficava bem aparente em suas vidas.
Não
vou obviamente ditar uma regra, já que sendo seres únicos, não podemos criar
regras universais, pois estaria incorrendo em grave erro, mas também não irei
dizer que a religião não seja necessária em alguns casos. Diria até ser
imprescindível para certas pessoas.
Há
alguns anos atrás fiz essa pergunta para uma determinada pessoa: você não acha
que deveria ter uma religião? A resposta que me foi dada foi: eu acredito em
Deus, portanto, não preciso seguir religião alguma, pois já tenho fé.
Para
alguns espíritos, que com certeza já viveram várias vidas, algumas questões já
estão bem consolidadas, mas para outros as dúvidas ainda são muito freqüentes.
Pergunto: qual de nós pode afirmar categoricamente ser possuidor de muita fé? Qual
de nós em nenhum momento questionou certas atribulações, ou mesmo questionou a
própria existência de Deus? Um ditado muito popular diz que “mente vazia,
oficina do diabo”, e eu só posso dizer que concordo plenamente.
Assim como existem pessoas determinadas que ao
colocarem um objetivo procuram alcançá-lo usando todos os esforços possíveis,
há aquelas que começam a mesma empreitada, mas que diante de pequeno obstáculo
esmorecem e desistem. Assim como existem pessoas que não seguem religião
alguma, mas são determinadas naquilo que querem para suas vidas, as segundas
necessitam de estímulos, necessitam se alimentar de coisas positivas para que
não caiam em desânimo, para que não sucumbam diante dos obstáculos, para que não
procurem os caminhos fáceis, as portas largas.
Neste
caso, como em qualquer outro eu não afirmo necessitarem exclusivamente de uma
religião, mas digo necessitarem de estímulos positivos, de boas leituras, de escolhas
quanto ao conteúdo que vêem na TV, etc.
Se
observarmos este planeta e seus habitantes, veremos que sua grande maioria não
se dedica a coisas edificantes, a pensamentos salutares, a práticas de
trabalhos voluntários em prol do próximo, e isso conseqüentemente indica que um
contingente muito grande na verdade está “com a mente vazia, sendo uma oficina
do diabo”.
Sou
voluntário de uma Casa Espírita em trabalhos espirituais, bem como voluntário
de uma livraria, e durante o tempo que estou neste ofício pude perceber que
embora ofereçamos livros por empréstimos, poucos procuram. Muitos vão até nós
esperando que os espíritos possam curá-lo, que suas vidas possam ser
modificadas através de um passe. Esperam assim um milagre, uma mágica, mas não
se apercebem que não temos o controle sobre suas vidas, que não podemos
curá-los se eles de fato não se abrirem para isso, se não procurarem praticar a
mudança interior.
Podemos encontrar pessoas que não seguem religião alguma, mas que estão
convictas do seu objetivo na vida, que sabem o que querem e vivem uma vida
feliz, como também podemos encontrar aqueles que necessitam de uma religião que
os ajude, pois do contrário irão sucumbir. Normalmente aqueles que estão em
desequilíbrio não conseguem enxergar que estão, assim como um dependente de
álcool também não o admite ser.
Quando alcançarmos um estado evolutivo no qual a prática do bem, da
caridade, do amor e das coisas elevadas sejam uma constante, então neste
momento não precisaremos de uma religião, pois estaremos nela, e ela em nós. Estaremos em
Deus, como Deus está em nós.
Neste
momento da nossa evolução “Deus está em nós, mas nós não estamos em Deus”, pois
se estivéssemos não haveria tanto sofrimento nem tanta “injustiça” neste
planeta. Este pensamento foi o que levou Jesus a dizer: Eu e o Pai somos Um.
Jesus não disse que toda a humanidade estava nesse patamar. Ele disse: Eu e o Pai
somos Um. Quer dizer que entre Jesus e Deus não havia divisão, que não havia
barreira alguma que os separasse. Mas nós ainda temos a barreira da falta de
fé. Ainda necessitamos sermos constantemente alertados, constantemente
precisamos ouvir coisas boas e sermos relembrados dos nossos objetivos,
portanto, necessitamos da religião.
Não temos
como saber por quais situações teremos que passar nas nossas vidas, mas com
certeza poderemos amenizar, ou até mesmo evitar, se nos colocarmos nos caminhos
certos, se buscarmos a porta estreita. E para isso precisamos estar sempre
vigilantes. Precisamos que a nossa “oficina seja de Deus, e não do diabo”.
Gilson Alves Macedo
01/07/2015