quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Religião


Texto: Gilson Alves Macedo 

Necessidade de uma religião!

  Em algumas ocasiões já fui questionado sobre ser necessário ou não seguir uma religião, e também já questionei algumas pessoas pelo fato delas não estarem seguindo uma. Claro que o meu questionamento tinha como base o desequilíbrio espiritual que ficava bem aparente em suas vidas.
  Não vou obviamente ditar uma regra, já que sendo seres únicos, não podemos criar regras universais, pois estaria incorrendo em grave erro, mas também não irei dizer que a religião não seja necessária em alguns casos. Diria até ser imprescindível para certas pessoas.
  Há alguns anos atrás fiz essa pergunta para uma determinada pessoa: você não acha que deveria ter uma religião? A resposta que me foi dada foi: eu acredito em Deus, portanto, não preciso seguir religião alguma, pois já tenho fé.
  Para alguns espíritos, que com certeza já viveram várias vidas, algumas questões já estão bem consolidadas, mas para outros as dúvidas ainda são muito freqüentes. Pergunto: qual de nós pode afirmar categoricamente ser possuidor de muita fé? Qual de nós em nenhum momento questionou certas atribulações, ou mesmo questionou a própria existência de Deus? Um ditado muito popular diz que “mente vazia, oficina do diabo”, e eu só posso dizer que concordo plenamente.
  Assim como existem pessoas determinadas que ao colocarem um objetivo procuram alcançá-lo usando todos os esforços possíveis, há aquelas que começam a mesma empreitada, mas que diante de pequeno obstáculo esmorecem e desistem. Assim como existem pessoas que não seguem religião alguma, mas são determinadas naquilo que querem para suas vidas, as segundas necessitam de estímulos, necessitam se alimentar de coisas positivas para que não caiam em desânimo, para que não sucumbam diante dos obstáculos, para que não procurem os caminhos fáceis, as portas largas.
  Neste caso, como em qualquer outro eu não afirmo necessitarem exclusivamente de uma religião, mas digo necessitarem de estímulos positivos, de boas leituras, de escolhas quanto ao conteúdo que vêem na TV, etc.
  Se observarmos este planeta e seus habitantes, veremos que sua grande maioria não se dedica a coisas edificantes, a pensamentos salutares, a práticas de trabalhos voluntários em prol do próximo, e isso conseqüentemente indica que um contingente muito grande na verdade está “com a mente vazia, sendo uma oficina do diabo”.
  Sou voluntário de uma Casa Espírita em trabalhos espirituais, bem como voluntário de uma livraria, e durante o tempo que estou neste ofício pude perceber que embora ofereçamos livros por empréstimos, poucos procuram. Muitos vão até nós esperando que os espíritos possam curá-lo, que suas vidas possam ser modificadas através de um passe. Esperam assim um milagre, uma mágica, mas não se apercebem que não temos o controle sobre suas vidas, que não podemos curá-los se eles de fato não se abrirem para isso, se não procurarem praticar a mudança interior.
  Podemos encontrar pessoas que não seguem religião alguma, mas que estão convictas do seu objetivo na vida, que sabem o que querem e vivem uma vida feliz, como também podemos encontrar aqueles que necessitam de uma religião que os ajude, pois do contrário irão sucumbir. Normalmente aqueles que estão em desequilíbrio não conseguem enxergar que estão, assim como um dependente de álcool também não o admite ser.
  Quando alcançarmos um estado evolutivo no qual a prática do bem, da caridade, do amor e das coisas elevadas sejam uma constante, então neste momento não precisaremos de uma religião, pois estaremos nela, e ela em nós. Estaremos em Deus, como Deus está em nós.
  Neste momento da nossa evolução “Deus está em nós, mas nós não estamos em Deus”, pois se estivéssemos não haveria tanto sofrimento nem tanta “injustiça” neste planeta. Este pensamento foi o que levou Jesus a dizer: Eu e o Pai somos Um. Jesus não disse que toda a humanidade estava nesse patamar. Ele disse: Eu e o Pai somos Um. Quer dizer que entre Jesus e Deus não havia divisão, que não havia barreira alguma que os separasse. Mas nós ainda temos a barreira da falta de fé. Ainda necessitamos sermos constantemente alertados, constantemente precisamos ouvir coisas boas e sermos relembrados dos nossos objetivos, portanto, necessitamos da religião.
  Não temos como saber por quais situações teremos que passar nas nossas vidas, mas com certeza poderemos amenizar, ou até mesmo evitar, se nos colocarmos nos caminhos certos, se buscarmos a porta estreita. E para isso precisamos estar sempre vigilantes. Precisamos que a nossa “oficina seja de Deus, e não do diabo”.

Gilson Alves Macedo
01/07/2015

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